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Opinião

O que queres ser quando fores grande?

Há uns anos diríamos professor, médico, advogado, engenheiro ou arquiteto…

Hoje as crianças dizem: blogger, youtuber, influencer….

As profissões que conhecemos como certas e rentáveis estão a mudar, os conceitos também e, embora nos pareçam superficiais, são estas que hoje em dia se ajustam à exigência dos nossos dias.

Há quem não saia de casa sem ouvir um podcast, há redes sociais só para crianças, a publicidade feita por um/uma “influencer» é paga a preço de ouro.

Mas afinal o que seduz tanta gente a querer ser uma destas coisas? A ilusão de dinheiro fácil? Pouco trabalho e muito dinheiro? E o reverso da medalha?  A exposição da imagem, dos filhos, de detalhes da vida privada?

Que força é esta que têm determinadas pessoas a ponto de influenciarem milhares de outras, e até a serem convidadas para lanchar com o Presidente da República? Não sei responder porque não fiz parte desse grupo, tenho um blogue que construo diariamente, onde partilho determinados assuntos que escolho e planeio cuidadosamente. Nunca chegarei a ter os milhares de seguidores que “A Pipoca Mais Doce” ou a “Cocó na Fralda”. Se as sigo? Sim, sigo, como sigo a Isabel Saldanha e “A Mãe já vai”. E porquê? Porque aprecio o trabalho e consigo ver para além do que mostra o Instagram, porque sei por experiência própria que para ganhar a vida com um blogue é preciso muito trabalho e muito investimento pessoal, muito tempo e muita persistência.

Existe a ideia errada de que é fácil, que é um caminho sem pedras e rapidamente se chega ao estatuto de “influenciador”. Não poderiam estar mais errados. Há milhares de potenciais seguidores nas redes sociais: é um facto, mas estes são cada vez mais exigentes quanto ao conteúdo, à imagem e à forma. Selecionam com cuidado o que querem ver e diariamente fornecem ao Instagram e ao Facebook o algoritmo que vai influenciar a visibilidade do teu site. Então porque é que alguns conseguem?

Porque estudaram, porque queimaram as pestanas como a maioria de nós, porque investiram, perderam tempo e dinheiro como em qualquer negócio e porque foram visionários e perceberam o que o mercado queria, foram originais e acima de tudo profissionais. Não há mais segredos, apenas trabalho e esforço pessoal. O que digo às minhas filhas se um dia quiserem ser bloggers ou influencers? Vou dizer exatamente o mesmo que diria se me dissessem que queriam ser advogadas: que podem ser o que quiserem mas, quando escolherem, que escolham o que as faz feliz, já que para serem qualquer coisa têm de estudar… e muito! Ao escolherem o seu caminho, que escolham também ser as melhores. 

Sofia Franco
www.notjust4mums.wordpress.com
Facebook e Instagram: @notjust4mums

 

 

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