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Projeto cultural e turístico leva artistas aos municípios minhotos durante um ano

O consórcio “Minho Inovação”, constituído pelas Comunidades Intermunicipais do Alto Minho, do Cávado e do Ave, lança mais uma iniciativa de promoção da cultura, dos artistas e do turismo sob a marca “Amar o Minho”, com o apoio do Norte 2020 e dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI).

O projeto, inédito em Portugal, cria a maior rede de residências artísticas nos 24 municípios representados pelas três CIM da região, numa estratégia concertada que se destina a reforçar a identidade cultural do Minho e a dinamizar o território do ponto de vista artístico e turístico.

“Neste momento e face à pandemia que ainda atravessamos, este projeto que envolve dezenas de artistas reveste-se de um especial significado na medida em que constitui uma forma de os Municípios do Minho apoiarem a comunidade artística, ao longo de mais um ano de duração do projeto. O lançamento do programa de Residências Artísticas «Amar o Minho» será feito de forma digital, com o lançamento de um vídeo promocional nas redes sociais e nos canais digitais”, anuncia a organização em comunicado.

Helena Mendes Pereira, diretora da zet gallery, será a curadora responsável pelas áreas da arte em espaço público, artesanato e fotografia, cabendo a António Rafael, membro da banda Mão Morta, a curadoria dos projetos na área da música, dança e literatura.

O programa inclui artistas, nacionais e estrangeiros, que, até junho de 2021, vão habitar o território e recriá-lo em projetos de arte em espaço público, artesanato, fotografia, música, dança e literatura. O Programa de Residências Artísticas foi revisto em plena pandemia e adaptado às exigências do combate à propagação do COVID-19, “apresentando-se como um caminho para dinamizar a programação cultural neste tempo novo e, em alguns casos, colmatar vazios de programação que acontecerão inevitavelmente nos municípios durante este verão”, refere a mesma nota.

A iniciativa procura também responder à situação de emergência social que a comunidade artística está a viver, proporcionando a alguns criadores oportunidades imediatas de trabalho. Alguns dos artistas convidados farão residência em mais do que um município, potenciando pontos de contacto no território.

A primeira vaga de residências artísticas arranca já no próximo mês de junho, com a intervenção da artista plástica Xana Abreu em Vila Nova de Famalicão, que inaugura durante a primeira quinzena do mês uma obra de arte num espaço público do município.

No dia 24, Guimarães comemora o dia do município com a inauguração de uma obra de arte, também em espaço público, desta feita assinada pela pintora Mónica Mindelis. A artista vai desenvolver uma pintura mural inspirada na coleção do Centro Internacional de Artes José Guimarães, trazendo desta forma, o museu para a rua.

O programa cultural “Amar o Minho” conta ainda com o trabalho de Rodrigo Amado, que estará em residência artística em Mondim de Basto, com um projeto de fotografia durante a primeira quinzena de julho.

A convite dos municípios de Fafe e de Esposende, o artista vimaranense Luís Canário Rocha estará em residência artística para desenvolver duas obras de arte a inaugurar em pleno mês de agosto. Em Fafe, o artista assinará uma instalação artística inspirada nos brasileiros “torna viagem” e na arquitetura das habitações dos mesmos, que será inaugurada no Dia do Emigrante, festividade anualmente assinalada pelo município.  No caso de Esposende, Luís Canário Rocha propõe uma intervenção em espaço público inspirada no mar e nas suas gentes que será inaugurada no dia 19, integrando as celebrações do dia do município.

A importância histórica e cultural da atividade olárica e cerâmica em Barcelos dá o mote ao desafio lançado à artista Ana Almeida Pinto, que concetualizará e criará, em parceria com artesãos locais, uma obra para o Museu da Olaria, desenvolvida a partir da olaria enquanto técnica artesanal. O resultado poderá ser visto durante a primeira quinzena de setembro.

O périplo deste projeto artístico e cultural em rede chega em outubro à Póvoa de Lanhoso, onde Patrícia Oliveira criará uma obra de arte para espaço público, que será também uma homenagem à filigrana. A criação artística será desenvolvida  em articulação com artesãos e outros profissionais que trabalham a filigrana e ficará para o espólio do município.

Ainda em outubro, e em pleno coração do Minho, Mónica Mindelis regressa às residências artísticas para produzir uma obra de arte para Vila Verde, a partir da técnica e da imagética dos Lenços de Namorados. A iniciativa estará integrada na 11ª Bienal Internacional de Arte Jovem de Vila Verde.

Em novembro, a música assume lugar de destaque naquele que é o maior projeto em rede de residências artísticas desenvolvido em Portugal. Ponte de Lima é assim o anfitrião da residência artística de André Henriques, membro da banda Linda Martini e nome incontornável no panorama da música portuguesa da atualidade.

O último quadrimestre de 2020 encerra com a residência artística de Miguel Pereira, que desenvolverá em Ponte da Barca um projeto de bailado em parceria  com a escola de ballet local.

Os municípios de Amares, Arcos de Valdevez, Braga, Cabeceiras de Basto, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença, Viana do Castelo, Vieira do Minho, Vila Nova de Cerveira e Vizela acolherão os artistas e respetivas residências artísticas durante o primeiro semestre de 2021.

 

 

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