Freguesia do mês

União das freguesias de Esposende, Marinhas e Granda

A União das Freguesias de Esposende, Marinhas e Gandra é um dos principais territórios do município de Esposende. Com mais de 17km2 de área total e cerca de 11 mil habitantes (Censos 2011), percorre uma vasta e atrativa zona do concelho, visitada ao longo de todo o ano e com muitos pontos de interesse.

A freguesia de Esposende, uma localidade ribeirinha ao Cávado confina a norte e nascente com Marinhas, a sul com o rio Cávado que faz a fronteira com Fão e a nascente com Gandra. A origem do nome de Esposende, segundo Luís Figueiredo da Guerra, estará relacionada com um antropónimo germânico. Assim, “villa Spanusindi” será o espaço de terra de um tal Hispanusindus ou Spanusindus. Esposende é, em grande parte, urbana e tem como atividades principais, o comércio, o turismo a pesca e os serviços.

Já Marinhas, confina a norte com S. Bartolomeu do Mar, a nascente com Vila Chã, a sul com Palmeira de Faro, Gandra e Esposende e a poente com o Oceano Atlântico. A origem deste nome pode-se encontrar no nome comum marinha (latim marina). Está intimamente associado à extração salineira que aqui se fazia, pelo menos, em períodos medievais. Em Marinhas uma fração do território é urbano, a outra parte é predominantemente rural. Entre as atividades, Marinhas apresenta uma agricultura ativa, mas distingue-se também pelo lado empresarial, pela Indústria Têxtil e o Comércio, com pequenas e médias empresas ligadas a diferentes áreas de negócio.

No que diz respeito a Gandra, está na margem direita do Cávado e confina a norte com Marinhas, a nascente com Gemeses, a sul com o rio Cávado e a poente com Esposende. Segundo alguns autores e atendendo ao significado da palavra gândara, de onde poderá originar o topónimo, o nome deverá originar da morfologia do terreno desta freguesia. Gândara é um terreno arenoso, pouco ou nada produtivo. Talvez a sua localização junto ao rio e aos terraços fluviais que aí existem possam ter dado origem ao nome. Gandra ostenta uma agricultura muito intensa, com a produção de vários produtos, desde o milho e um conjunto distinto de legumes.

Aurélio Neiva, 58 anos, contabilista de profissão e autarca a tempo inteiro, foi eleito (PSD) presidente da Junta de Freguesia de Marinhas em 2009, tendo assumido, em 2013 a presidência da União das Freguesias de Esposende, Marinhas e Gandra, no âmbito da reforma administrativa nacional, cargo que assume atualmente, estando prevista a sua candidatura a um próximo e último mandato. Diz que está na política, «pelo espírito de missão, porque, refere, «só assim faz sentido». «A minha prioridade, desde que assumi este cargo passa sempre por garantir o bem estar das pessoas. Estamos aqui para servir a população. O nosso desígnio é adotar um serviço de proximidade para lhes proporcionar melhores condições de vida. A nossa porta está sempre aberta para ouvir as pessoas e tentamos ser úteis às suas necessidades. Não gosto de prometer. Gosto de trabalhar naquilo que é possível. Depois, o nosso trabalho foca-se também em definir as prioridades para todo este território e reivindica-las perante a Câmara Municipal, tendo em vista a execução das mesmas. Temos que defender a nossa causa e a nossa terra. Sempre com sentido de responsabilidade».

Fixação dos jovens

Se o território inerente a esta União de Freguesias tem motivado grande interesse junto de visitantes e turistas, a verdade é que tem reunido também grande consenso junto da população local e dos jovens, que olham para a sua terra como o sítio ideal para se fixarem, devido à diversidade de recursos. «Nos últimos anos têm sido promovidos diversos edifícios no território das três freguesias, garantindo inúmeras opções para habitação. Tem existido uma enorme procura por terrenos, apartamentos e casas e, por esta razão, notamos que tem havido muita construção para colmatar essa necessidade e procura. Neste território há muito jovens. Esposende é um dos concelhos do distrito de Braga que apresenta uma das taxas mais baixas no que diz respeito ao desemprego. Esta realidade justifica o interesse dos jovens em fixarem-se cá. Esposende é um território bem localizado. Fica perto de Braga, de Viana, do Porto e de Espanha. Apresenta bons acessos. Temos rio, mar, planície e montanha. Somos, efetivamente, uns privilegiados da natureza!

Atrações todo o ano

E, de facto, esta zona é farta em pontos de interesse, como sugere Aurélio Neiva. «Em Esposende, há uma marginal extensa e muito atrativa, depois, temos um património religioso muito rico que é extensivo às três freguesias, percursos pedestres únicos, uma oferta muito alargada de atividades desportivas, onde incluo inúmeras atividade náuticas que atraem entusiastas locais, de cidades vizinhas, mas também do estrangeiro, para além de outras opções, como a equitação, o golfe e o futebol. Neste último ponto, há clubes importantes nas três freguesias com um trabalho muito relevante na formação. Temos um leque alargado de equipamentos históricos para visitar, outros de enorme mais valia funcional para a população, possuímos praias de excelência com águas qualidade Ouro e bandeiras azuis. Recebemos várias exposições que podem ser visitadas ao longo de todo o ano, temos “postais” lindíssimos que merecem ser visitados, como o Forte de S. João Baptista, antigo farol de Esposende, ou os antigos moinhos na Abelheira que estão a ser recuperados, entre muitos outros», justifica.

O presidente da União das Freguesias enumera ainda alguns eventos de relevo que podem ser apreciados em várias alturas do ano. «Em Esposende, sendo sede do concelho, há vários eventos a decorrer ao longo de todo o ano. Desde teatro, música, desporto, etc. Destaco o festival Sons de Verão, que atrai milhares de pessoas à cidade para assistir a atuações de grandes nomes da musica portuguesa. É um evento de dinamiza a economia local, promove o concelho e mobiliza milhares de pessoas. Em Marinhas, saliento o Torneio Internacional de Futebol Infantil que recebe equipas de referência nacionais e internacionais. É uma prova muito importante onde já passaram muitos craques mundiais e da nossa seleção. O Cristiano Ronaldo é o exemplo mais evidente. Mas há outros como o Rúben Amorim, o Diogo Dalot, entre muitos outros. Realço também a Festa do Pão, que agrega várias associações e coletividades da União das Freguesias e mantém viva a produção artesanal de pão à Moda das Marinhas, recriando as artes ancestrais, desde a colheita do milho, passando pela desfolhada, a malhada e terminando com o cozimento do pão. Neste aspeto, nas Marinhas temos um conjunto de sete moinhos de vento. Conseguimos adquirir três deles, que estão a ser recuperados e que vão demostrar como era efetuada a moagem do milho até aos anos 60. Marinhas tinha grande tradição nesta arte. Para além de ser uma terra de pedreiros, exímios na sua função, com obras emblemáticas por todo o país, é também uma terra de distintos moleiros. Em Gandra, realço o Concurso de Saltos Internacional, no Clube Hípico do Norte, que conta com a presença de prestigiados cavaleiros internacionais e centenas de profissionais de equitação de várias nacionalidades», assinala.

Para apreciar fora da época balnear

Se esta zona é muito procurada durante a época balnear, para Aurélio Neiva, há alturas do ano mais apropriadas para conhecer «efetivamente» as suas mais valias. «Nos meses de verão, a população triplica. Por essa razão, não será a época ideal para conhecer verdadeiramente Esposende. É uma zona muita calma, segura, com elevada qualidade de vida e com um clima muito ameno ao longo do ano. Há muitos caminhos pedestres para conhecer e apreciar, uma gastronomia de excelência, com o peixe e o marisco sempre frescos. Há inúmeros atrativos que fazem de Esposende um local de excelência para visitar e explorar», explica.

No lote de visitantes, contam-se muitos estrangeiros, principalmente vindos de Inglaterra, Brasil e Espanha, mas, obviamente, também de vários pontos de Portugal. «Alguns, inclusive, têm cá casa de férias e vêm para aqui em diferentes alturas do ano para desfrutar de todas as potencialidades do concelho, em geral, e da União das Freguesias de Esposende, Marinhas e Gandra, em particular», acrescenta.

Sonhos “adiados”

A finalizar, o autarca revela à Revista Minha, dois sonhos que gostaria de ver concretizados a curto/médio prazo. «Enquanto marinhense, gostaria de ver concluído o Parque Temático dos Moinhos da Abelheira. É uma promessa de várias décadas, mas tem de haver entendimento com alguns proprietários. Já adquirimos três moinhos e esses vão ser recuperados. A empreitada está em curso e será concretizada. Mas o grande sonho era edificar o projeto na sua plenitude. Vamos ver… Por seu turno, melhorar a Barra de Esposende de apoio à atividade piscatória é também um grande anseio. Está a precisar com urgência de uma intervenção e merece maior atenção da parte da tutela, neste caso, do Ministério do Mar, que tem de olhar para este problema de uma forma mais séria e consciente», conta.

Sugestões de visita

Apesar de Esposende apresentar uma forte componente turística, com inúmeras atratividades e locais para visitar, Marinhas e Gandra detêm, igualmente, importantes roteiros com diversos espaços históricos, atrativos e muito interessantes. Conheça algumas sugestões para explorar numa visita a Esposende, Marinhas e Gandra…

Esposende

– O Centro de Informação Turística de Esposende, onde pode visionar um filme promocional sobre o concelho, aceder a informação turística, recolher alguns suportes em papel, explorar a mesa interativa, apreciar exposições ou adquirir alguns produtos locais e artesanato.
– O Museu Municipal de Esposende está instalado num edifício dos princípios do século XX (1911), à época o Teatro-Club de Esposende, e saiu do traço do arquiteto Miguel Ventura Terra.
– A Capela do Senhor dos Aflitos que se situa no Largo Comandante Carlos de Oliveira Martins, fronteiro ao Dr. Fonseca Lima, onde os pescadores de Esposende aqui erigiram uma cruz de pedra e pintaram uma figura de Jesus Cristo.
– O Pelourinho de Esposende, um interessante exemplar do simbolismo do poder do concelho, da autonomia dos homens livres de servidões ou laços senhoriais.
– O Fórum Municipal Rodrigues Sampaio, uma casa datada do séc. XVIII que serve de sede da Assembleia Municipal de Esposende e que acolhe a realização de diversos tipos de eventos culturais, como espetáculos ou workshops.
– Na Biblioteca Municipal Manuel de Boaventura, na Rua Dr. José Manuel Oliveira, pode usufruir de várias áreas dedicadas à leitura, mas também a audiovisuais, a exposições temporárias e a outras atividades culturais, como cinema, teatro, conferências e recitais de poesia.
– A Capela da Senhora da Saúde distingue-se pela área verde. A alameda de árvores que lhe dá acesso confere ao local um bucolismo palpável.
– A Igreja da Misericórdia faz parte de um complexo de edifícios, que inclui também a Casa da Misericórdia, cuja confraria foi instituída em 1595. O templo atual data de 1893, conforme uma inscrição existente no seu interior. No interior da Igreja da Misericórdia, está construída a Capela do Senhor dos Mareantes.
– Na Praça do Município, encontramos o busto do poeta António Correia de Oliveira.
– Destaque para o edifício original onde atualmente se instala a Câmara Municipal do séc. XVI, caracterizado pelos arcos redondos de alpendrada aberta na frontaria.
– Em plena Rua 1º de Dezembro, situa-se o Palacete de Valentim Ribeiro da Fonseca, um edifício estilo Arte Nova, mandado construir no início do século XX, por Valentim Ribeiro da Fonseca, com o risco do Arquiteto Miguel Ventura Terra.
– O Largo Rodrigues Sampaio é a morada da atual Igreja Matriz. A primitiva ermida remonta a 1566, dedicada a Nossa Senhora da Graça, e terá dado lugar em 1758 à nova Igreja.
– No Largo Rodrigues Sampaio, pode apreciar o busto a António Rodrigues Sampaio, político liberal e jornalista nascido a 25 de julho de 1806, na freguesia de S. Bartolomeu do Mar. No mesmo largo, no topo poente, encontra-se o Monumento ao Homem do Mar.
– Ali perto, na “avenida marginal” está o Museu Marítimo de Esposende, a funcionar no edifício do I. S. N.
– Muito próximo, está o complexo das Piscinas Municipais Foz do Cávado, onde poderá desfrutar de uma piscina de água doce com ondas e hidromassagem; por um outro tanque exterior de água salgada; por um clube de saúde; para além de uma área comercial com área de restauração.
– Em frente, na Praça D. Sebastião, está a estátua de D. Sebastião.
– Após passar o Mercado Municipal para norte, através da Rua da Frita, encontra-se a Capela de São João Baptista, uma obra que remonta ao final do século XVI, construída em cima de uma plataforma de pedra.
– No final da Rua de São João, a norte, através da Avenida Rocha Gonçalves, pode observar o Hospital Valentim Ribeiro da Fonseca, um projeto de Miguel Ventura Terra, inaugurado em 1916.
– O Forte de S. João Baptista ergue-se junto à foz do Cávado, no limiar do rio e do mar. Pequeno baluarte de planta em estrela, com uma bateria de artilharia. É um edifício de origens seiscentistas, mandado erigir por D. Pedro II, mas que viu a sua construção prolongar-se pelo século seguinte.

A segurança da barra do Cávado foi assegurada por este forte até às Invasões Francesas (Séc. XIX). Atualmente, nele está instalado o Farol de Esposende, constituído por uma torre cilíndrica vermelha em ferro com uma al- tura de 15 metros, assente numa base de cimento e re- matada no topo por uma lanterna alcance de 20 milhas náuticas.

Marinhas

– O Centro de Educação Ambiental (CEA), na Quinta do Paiva é uma mais-valia no trabalho de sensibilização, educação e formação ambiental, e um polo dinamizador e inovador na área do ambiente.
– O edifício do Albergue de S. Miguel é propriedade da Junta de Freguesia de Marinhas, sendo a responsabilidade da sua gestão da Delegação de Marinhas da Cruz Vermelha Portuguesa.
– Os antigos moinhos na Abelheira são verdadeiros testemunhos da riqueza cerealífera desta região. Edifícios de corpo cilíndrico, construídos em granito e localizados na encosta do monte.
– O Atelier Museu Henrique Medina, no lugar de Góios, é um espaço que reúne quadros do seu vasto espólio de pintura.

Gandra

– A Igreja Paroquial de Gandra apresenta ainda algumas características que parecem apontar para uma origem românica. O templo atual data do século XVII e é dedicado a S. Martinho. Trata-se de uma construção em alvenaria, sem reboco ou pintura. Em face da igreja está o cruzeiro paroquial e a data de 1116 aparece inscrita no bloco da base.
– A fachada da Capela da Senhora Guadalupe é austera, rasgada apenas por duas pequenas janelas e pela porta principal, encimada por um óculo circular. Vale a pena admirar, no seu interior os tetos estucados e o altar-mor, em gosto da Renascença, com a imagem setecentista de Nossa Senhora de Guadalupe ao centro.

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