Escritor do mês

Clarice Lispector- “A atitude é uma pequena coisa que faz uma grande diferença”

Clarice Lispector nasceu a 10 de dezembro de 1920 no seio de uma família judia no oeste da Ucrânia.

Em virtude da violência antissemita sofrida na altura, a família fugiu para o Brasil em 1922, e Clarice Lispector cresceu em Recife. Após a morte da sua mãe, quando Clarice tinha nove anos, mudou-se para o Rio de Janeiro juntamente com o seu pai e duas irmãs. Devido às dificuldades financeiras que a sua família apresentava, Clarice começou a trabalhar como professora, estudou direito e, em 1943, casou com Mauri Gurgel Valente, que trabalhava no Serviço de Relações Exteriores do Brasil.

Em dezembro do mesmo ano, Clarice publicou o seu primeiro romance “Perto do Coração Selvagem”, que havia escrito durante dez meses febris em 1942. Teve grande repercussão, tanto crítica quanto popular, e recebeu o Prémio Graça Aranha de ficção, em 1944.

Entretanto foi para a Europa, morando na Itália, Suíça (onde nasceu o seu primeiro filho, Pedro) e Inglaterra. De 1952 a 1959, o trabalho do marido levou a família para Washington, D.C., e o segundo filho de Clarice, Paulo, nasceu em fevereiro de 1953. Nessa altura, Clarice trabalhou numa coleção de contos e publicou em revistas e jornais brasileiros. Já nesse período, manifestava grande infelicidade e descontentamento com o modo de vida diplomático e, em 1959, divorciou-se de Lispector, voltando com os dois filhos para o Brasil.

Em 1967, publicou “O Mistério do Coelhinho Pensante”, o seu primeiro livro infantil, que recebeu o Prémio Calunga, da Campanha Nacional da Criança. Nesse mesmo ano, ficou gravemente ferida, com queimaduras, após um incêndio no seu apartamento.

Em 1977, escreveu “Hora da Estrela”, a sua última obra publicada em vida, onde conta a história de Macabéa, uma moça do interior em busca de sobrevivência na cidade grande. Nos seus romances e contos, Clarice Lispector apresentou sempre um estilo narrativo inovador caracterizado por dispositivos como o monólogo interno, a narrativa autorreferencial e o uso de linguagem abstrata e elíptica. As personagens femininas sempre abundaram nas suas obras, mas também são revestidas de traços autobiográficos claros.

Clarice Lispector conquistou o reconhecimento universal como a maior escritora moderna do Brasil. Faleceu no Rio de Janeiro, a 9 de dezembro de 1977, vítima de cancro.

 

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