Vinhos

Vamos brindar com Vinho Verde…

Portugal está dividido em 14 regiões vitivinícolas demarcadas, possuindo 31 Denominações de Origem Controlada (DOC), entre elas encontra-se a Região Demarcada do Vinho Verde, que é a maior de Portugal e uma das maiores da Europa.

Reza a história que terão sido os Vinhos Verdes, os primeiros vinhos portugueses a serem exportados para os mercados europeus, existindo várias referências escritas, dos séculos XVI e XVII, aos vinhos do Vale do Minho (Monção) e do Vale do Lima a serem transportados de barcaça por esses rios, até Viana do Castelo, onde existiam Feitorias, nomeadamente inglesas, que regularmente expediam para o Norte da Europa nos mesmos barcos que traziam o bacalhau e produtos manufaturados para sul.

Foi graças ao Marques de Pombal, com a conceção do conceito jurídico de região demarcada que permitiu criar e delimitar uma região vitivinícola, tendo no século XVIII, estabelecido zonas de lavoura estanques, abrangidas por legislação especial para a defesa e promoção da produção vinícola inconfundível de cada uma das Regiões Demarcadas, concebendo assim em 1756 a Região Demarcada do Douro.

A Região Demarcadas dos Vinhos Verdes foi criada em 1908, este enorme território, que se estende por todo o Noroeste do país, na zona tradicionalmente conhecida como Entre-Douro-e-Minho e que tem como fronteiras a Norte o rio Minho (que separa da região da Galiza), a Sul o rio Douro e as serras da Freita, Arada e Montemuro, a Este as serras da Peneda, Gerês, Cabreira e Marão e a Oeste o Oceano Atlântico.

É nos vales férteis dos principais rios, que correm de nascente para poente que facilitam a entrada de massas de ar proveniente do oceano Atlântico, apresentando-se assim como um vasto anfiteatro que se eleva da orla marítima para o interior.

Esta influência atlântica, juntamente com solos na sua maioria de origem granítica, e um clima ameno associado a uma elevada precipitação, dão origem a uma paisagem luxuriosamente verdejante, onde os vinhedos produzem uvas com muita frescura, leveza e elegância dos vinhos desta região.

Em resultado de uma seleção natural de castas autóctones, que ao longo do tempo, as gentes deste território souberam introduzir, graças à ciência e a tecnologia, sem descorar a tradição, foram introduzindo melhorias na viticultura e na enologia, que permitiu obter uma enorme diversidade e infinidade de vinhos, de todas as cores e estilos diferentes, elegantes, gastronómicos e verdadeiros companheiros para refeições tradicionais ou contemporâneas.

São estas condições, descritas anteriormente; solo, clima, castas e o saber fazer que foi passando de geração em geração a que os franceses chamam de terroir, que justificam a existência nesta vasta região vitivinícola as 9 sub-regiões, com diferentes castas recomendadas e a obtenção de várias tipologias de produtos vínicos: vinhos, espumantes e vinagres (brancos, tintos e rosados) e ainda aguardentes vínicas e bagaceiras.

Nesta região, nascem vinhos jovens, leves e frescos, mas também vinhos estruturados, com grande potencial de guarda, aromáticos, intensos, minerais e de sabores complexos.

Por isso hoje, escolhi apresentar-vos 2 vinhos monovarietais, das principais castas deste território, digno do reconhecimento desta Denominação de Origem.

Aproveite as minhas sugestões dos vinhos escolhidos e atreva-se a experimentá-los em diversas ocasiões e harmonizações gastronómicas.

 

 

 

QUINTA DE LINHARES

Região: DOC Vinho Verde

Sub Região: Sousa

Casta(s): Azal

Produtor: Agri-Roncão Vinícola, Lda Ano de Colheita: 2021

Preço: Entre 4.75€ e 6.25€

Álcool: 12,0%

Enólogo: António Sousa

Notas de Prova: Com uma cor citrina, com ligeiros nuances esverdeados e de reflexo brilhante. Ao nível do aroma, destacam-se perfeitamente os aromas cítricos e florais, realçando aqui as fragrâncias de frutos citrinos como a Laranja, Tangerina e Limão. No palato, ele é muito equilibrado de boca, macio e tem uma bela estrutura ácida, com muito sabor e uma textura no final impositivo.

Harmonizações: Recomendaria servir este vinho com um peixe fresco do mar, grelhado, não muito gordo, pois potencializava a frescura e a suavidade deste vinho.

TERRAS DE FELGUEIRAS ESPUMANTE ROSADO

Região: DOC Vinho Verde

Sub Região: Sousa Casta(s):

Espadeiro Produtor: VERCOOPE Ano de Colheita: 2020

Preço: Entre 5.75€ e 8.25€ Álcool: 11,5%

Enólogo: João Paulo Gaspar

Notas de Prova: Espumante de cor rosa salmão, com aspeto brilhante, com bolha fina e persistente. Ao nível do aroma, ele é intenso a frutos vermelhos destacando-se aqui o morango, a cereja e com algumas nuances florais. No que diz respeito ao palato, apresenta um sabor fresco, com gás vibrante e alguma doçura a equilibrar. Com um final persistente e elegante num conjunto harmonioso.

Harmonizações: Um ótimo espumante para acompanhar pratos de mariscos e saladas.

Deixar comentário