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Vale do Lima aposta no Loureiro para promover a região

“Loureiro do Vale do Lima – um vinho, um território, um destino” é o mote de um projeto que une os municípios de Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Ponte de Lima e Viana do Castelo. A campanha alicerça-se na casta Loureiro para promover o vinho e o enoturismo, em estreita ligação com a riqueza da região a nível histórico, cultural e gastronómico.

 

Promover o Loureiro como um motor de desenvolvimento do Vale do Lima é o objetivo de um projeto que está a ser levado a cabo pelos municípios de Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Ponte de Lima e Viana do Castelo, em articulação com os produtores. Intitulada “Loureiro  do Vale do Lima – um vinho, um território, um destino”, a campanha pretende fazer do Loureiro «uma âncora de promoção do território do Vale do Lima», como explica o vice-presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, Paulo Sousa. O município limiano promoveu, em agosto, a terceira edição do certame vínico “Loureiro de Ponte de Lima ConVida”, que se centrou em mostrar aos visitantes os produtores do Vale do Lima e em divulgar a iniciativa conjunta de valorização deste produto de excelência. 

O projeto intermunicipal conta com a participação de 39 produtores-engarrafadores, localizados nos quatro concelhos que compõem o Vale do Lima. A iniciativa não se limita à promoção da casta e dos produtores, usando o Loureiro como um convite para que se descubra aspetos como a história, a cultura, o património, a natureza e a gastronomia. Cada copo de Loureiro surge como um convite a provar a frescura, a harmonia, a elegância, a memória, a exuberância, a alegria e a essência deste vale. Com um orçamento na ordem dos 200 mil euros, o projeto contempla o registo da marca “Loureiro do Vale do Lima – Uma Casta, o Vale Inteiro”, a criação de um sítio na Internet em https://www.loureirovaledolima.pt/, jantares vínicos, presença em eventos, distribuição de brochuras e guias desdobráveis, cartazes exteriores e outras formas de divulgação. «Este projeto representa o conjugar de esforços dos quatro municípios, que entendem que um dos grandes recursos endógenos do território – o vinho Loureiro – tem potencial para dinamizar a economia, criar novos segmentos de turismo de valor acrescentado nas aldeias e com isso potenciar o mundo rural e fixar pessoas nos territórios de baixa densidade», afirma.

O vereador limiano com área da Economia sublinha que os vinhos desta casta têm «um potencial de crescimento brutal» e o Vale do Lima reúne todas a características para ser um sucesso em termos de enoturismo, uma vez que é possível viajar desde o Atlântico ao Parque Nacional da Peneda-Gerês na companhia do Loureiro. Segundo dados do projeto, o Vale do Lima tem perto de 10.500.000 m2 de área de vinha da casta Loureiro, o que equivale a 20% da área total existente na Região dos Vinhos Verdes. «Este projeto vai-nos permitir estruturar a oferta de enoturismo no Vale do Lima. Trabalhando de uma forma articulada, podemos apresentar um produto conjunto, com valor acrescentado e diferenciado», diz, destacando que esta zona é rica em solares, em muitos casos também produtores de vinho, o que se afigura como um elemento diferenciador para o enoturismo deste território. A estimativa é que, a médio e longo prazo, o projeto poderá contribuir com um aumento de 5% de turistas na região do Vale do Lima. Este responsável aponta como objetivo «acrescentar valor» para que os produtores de vinho possam ter mais rendimento e assim incentivar a instalação de jovens agricultores em áreas de baixa densidade.

Em seu entender, só com mais retorno económico para quem vive nas aldeias é que vai ser possível dar vida a territórios que estão a caminho da desertificação. Na sua opinião, o trabalho conjunto é fundamental para ganhar escala que permita chegar aos mercados internacionais. «Quando queremos atrair o mercado internacional para comprar os nossos vinhos ou quando queremos desenvolver produtos para operadores internacionais, temos de ter escala. Só trabalhando em conjunto é que vamos conseguir entrar nesses mercados», frisa.

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